Quando falamos de cartão de crédito, é comum pensar na praticidade de comprar agora e pagar depois, como destaca o entendedor Pablo Said. Porém, o que muita gente esquece é que os juros embutidos nas dívidas do cartão podem virar uma bola de neve. E a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, tem um papel importante nisso. Uma vez que ela influencia diretamente os encargos cobrados pelas instituições financeiras, principalmente no temido rotativo do cartão. Interessado em saber mais dessa relação? Confira, nos próximos parágrafos.
O que é o rotativo do cartão e por que ele preocupa?
O rotativo do cartão de crédito entra em ação quando você não paga o valor total da fatura até o vencimento. Em vez disso, paga apenas o mínimo e o restante vira uma dívida com juros altíssimos. Essa modalidade é uma das mais caras do mercado, e é justamente aí que a taxa básica de juros, a famosa Selic, entra em cena. Desse modo, quando ela sobe, os bancos repassam esse aumento para os consumidores, deixando o rotativo ainda mais pesado.
De acordo com o especialista Pablo Said, com a Selic alta, as instituições financeiras encarecem o crédito para reduzir o consumo e controlar a inflação. Isso significa que, ao optar pelo rotativo, o consumidor estará lidando com juros que podem ultrapassar 400% ao ano. Portanto, é um caminho perigoso para quem já está com o orçamento apertado. Por isso, é essencial conhecer os riscos e evitar essa modalidade sempre que possível.
Como as variações na taxa básica influenciam os juros do cartão?
A taxa Selic funciona como um termômetro da economia, conforme alude Pablo Said. Quando o Banco Central decide aumentá-la, o objetivo é controlar a inflação. Por outro lado, quando ela é reduzida, o intuito é estimular o consumo. Logo, essas mudanças têm impacto direto nas taxas de juros dos cartões de crédito. Afinal, os bancos usam a Selic como base para definir os juros cobrados em diversas linhas de crédito, incluindo o cartão.
Se a Selic estiver em queda, é possível que os juros do cartão também diminuam, mas isso nem sempre acontece na mesma proporção. Pois, as instituições financeiras consideram outros fatores de risco, como inadimplência e custo operacional. Ainda assim, momentos de queda na taxa básica costumam ser mais favoráveis para quem precisa negociar dívidas. Por isso, é importante acompanhar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e entender como elas podem afetar suas finanças.

Cuidados para não cair na armadilha dos juros altos
Porém, mesmo com os riscos, o cartão de crédito pode ser um aliado das finanças, desde que usado com responsabilidade. Então, para evitar cair na armadilha dos juros altos, vale adotar algumas atitudes práticas no dia a dia:
- Pague sempre o valor total da fatura: isso evita a cobrança de juros rotativos.
- Evite parcelar faturas ou fazer empréstimos com o cartão: as taxas costumam ser bem mais altas que outras opções de crédito.
- Acompanhe seus gastos semanalmente: assim você não se surpreende no fechamento da fatura.
- Use aplicativos para organizar as finanças: ferramentas de controle ajudam a manter o orçamento sob controle.
- Prefira compras à vista sempre que possível: assim você evita se endividar e ainda pode negociar descontos.
Adotar esses cuidados ajuda a manter o cartão como um recurso útil e não como um problema. Segundo o conhecedor Pablo Said, o controle é a chave para evitar o peso dos juros no bolso e garantir mais tranquilidade no fim do mês.
Fique de olho na Selic e evite surpresas na fatura
Em conclusão, a taxa básica de juros tem um papel importante na economia e impacta diretamente o que você paga de juros no cartão de crédito. Dessa forma, especialmente no rotativo, os custos podem subir bastante quando a Selic está alta. Por isso, conhecer essa relação é essencial para tomar decisões mais conscientes. Assim, com planejamento e atenção, é possível usar o cartão de forma estratégica e evitar dores de cabeça no fim do mês.
Autor: Paula Souza