A greve dos servidores do Judiciário de SP continua a movimentar o cenário político e social da capital paulista, ganhando cada vez mais força e adesão da categoria. Desde o dia 14 de maio, trabalhadores do setor judicial têm cruzado os braços em busca da reposição salarial de 25,24%, percentual que, segundo os grevistas, representa as perdas inflacionárias acumuladas desde 2012. A decisão de manter a paralisação foi reafirmada em assembleia realizada na Praça João Mendes, no centro da cidade, reunindo centenas de participantes. A movimentação tem ganhado apoio de entidades sindicais, parlamentares e servidores de outras regiões do estado.
A greve dos servidores do Judiciário de SP denuncia o silêncio do Tribunal de Justiça diante das demandas trabalhistas da categoria. De acordo com os manifestantes, o TJ-SP concedeu apenas um reajuste de 5% no início de 2024, percentual considerado insuficiente e unilateral, sem qualquer diálogo ou processo de negociação coletiva. Tal atitude reforçou a indignação entre os servidores, que agora intensificam os atos e pressionam por respostas concretas. O índice reivindicado inicialmente era de 30,24%, mas sofreu atualização com base em cálculos inflacionários recentes, fixando-se em 25,24%.
O impacto da greve dos servidores do Judiciário de SP é sentido em diversas unidades da Justiça estadual, ainda que o Tribunal tente minimizar os efeitos da paralisação. Em nota à imprensa, o TJ afirmou que os índices de adesão são baixos em relação ao número total de funcionários, mas representantes da categoria contestam essa narrativa, apontando que o movimento atinge setores estratégicos do funcionamento judicial. Atos simbólicos e manifestações têm sido realizados não apenas na capital, mas também em fóruns do interior e litoral, como o de Santos, onde servidores ocuparam o prédio em protesto.
A greve dos servidores do Judiciário de SP também chama atenção para a discrepância entre os altos orçamentos do Poder Judiciário e os salários estagnados da base funcional. O deputado estadual Carlos Giannazi, do PSOL, que esteve presente na assembleia desta semana, destacou que o orçamento do TJ-SP é o maior da história, ultrapassando R$ 19 bilhões com suplementações aprovadas recentemente. A cobrança, portanto, gira em torno da aplicação justa desses recursos, que poderiam ser utilizados para valorizar os trabalhadores da Justiça, fundamentais para o funcionamento institucional.
Além da questão salarial, a greve dos servidores do Judiciário de SP reflete um problema maior: a falta de valorização histórica da categoria. Os profissionais denunciam jornadas exaustivas, acúmulo de funções e ausência de plano de carreira. Eles argumentam que, sem políticas de valorização efetiva, o Poder Judiciário paulista corre o risco de perder servidores qualificados, comprometendo a agilidade e qualidade dos serviços prestados à população. A reivindicação vai além do reajuste e exige uma reformulação na forma como o Tribunal se relaciona com seus funcionários.
A greve dos servidores do Judiciário de SP é organizada por diversas entidades representativas, como a Assojubs, que denuncia a inércia do Tribunal em propor qualquer negociação concreta. Segundo os líderes do movimento, a paralisação só será encerrada com um posicionamento oficial do TJ que contemple não apenas reajuste real, mas também reconhecimento das perdas inflacionárias e abertura de diálogo permanente. Os grevistas têm promovido assembleias semanais e pressionado autoridades do governo estadual para mediar a crise e evitar a continuidade da paralisação.
Enquanto a greve dos servidores do Judiciário de SP avança, cresce também a adesão nas redes sociais, onde a população começa a demonstrar apoio à causa. Muitos usuários destacam a importância dos servidores para o funcionamento da Justiça e criticam a demora no atendimento às demandas salariais. A mobilização digital tem sido fundamental para divulgar os atos e pressionar o Tribunal de Justiça a apresentar uma resposta concreta. A visibilidade do movimento tende a aumentar conforme o impasse se prolonga e os efeitos da paralisação se intensificam nos serviços públicos.
A continuidade da greve dos servidores do Judiciário de SP coloca o Tribunal de Justiça diante de uma encruzilhada: ou cede à pressão por uma negociação transparente e justa ou enfrenta uma crise institucional crescente, com impactos sociais e políticos. A categoria promete não recuar enquanto não houver uma resposta efetiva às reivindicações. Para os grevistas, mais do que reajuste, está em jogo a dignidade profissional e o reconhecimento do papel essencial que exercem na engrenagem da Justiça paulista.
Autor: Paula Souza